domingo, 8 de março de 2009

Uma realidade na Educação Brasileira


A questão étnico-racial tende a aparecer na escola como um elemento de inferiorização do aluno negro. Como já foi comprovado em várias pesquisas, o racismo em nossa sociedade constitui um forte elemento que define o fracasso escolar de alunos afro-descendentes, pois gera danos materiais, físicos e psicológicos.[1]
O processo de discriminação racial é configurado de maneira que a sociedade não desvaloriza somente os aspectos físicos herdados pelos afro-descendentes, mas também existe a discriminação de valores e bens culturais e artísticos oriundos da matriz africana. Isto influencia diretamente no rendimento do aluno negro, pois ele não se identifica com o discurso escolar baseado na estética branca, elitista que herdamos dos europeus, como se estes fossem os únicos construtores do conhecimento, da arte e da civilização, relegando aos povos não-cristãos uma posição de inferioridade.
O racismo e as práticas discriminatórias disseminadas no cotidiano brasileiro não representam simplesmente uma herança do passado. O racismo vem sendo recriado e realimentado ao longo de toda nossa história. Seria impraticável desvincular as desigualdades observadas atualmente dos quase quatro séculos de escravismo que a geração atual herdou.[2]
A educação pautada em conceitos eurocêntricos é fruto de uma herança da colonização portuguesa que excluiu dos currículos escolares durante muitos anos a sabedoria trazida pelos africanos para o Brasil, contribuindo assim para a recriação do racismo e da intolerância religiosa.
Pessoas com auto-estima elevada estão conectadas consigo e com o mundo, têm consciência de suas potencialidades, capacidades e limitações, enquanto que, uma pessoa com a auto-estima baixa ignora seu potencial, suas motivações, crenças e valores, desconhece suas verdadeiras necessidades, possui pouca confiança em si, dificuldades em identificar seus talentos e de conviver com suas dificuldades.
[1] Sobre pesquisas que apontam o desempenho dos alunos afro-descendentes, ver o trabalho de Alexsandro do Nascimento Santos na obra Negro e Educação 4: linguagens, resistências e políticas públicas – São Paulo: Ação Educativa; ANPED, 2007 e o trabalho de Renísia Cristina Garcia. Identidade Fragmentada: um estudo sobre a história do negro na educação brasileira: 1993_2005. Brasília: Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007.
[2] BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CP 1/2004. Seção 1, p.11 D.O.U. de 22 de junho de 2004.
Fotografia de Pierre Fatumbi Verger

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